domingo, 12 de abril de 2009

Madagascar


o sucesso do clássico "Super Mário 64", que popularizou um estilo de jogo, combinando mascotes com acção atlética com plataformas em um ambiente 3D, esse subi-género tem sido explorado como um dos mais adequados ao público geral, e tenta agradar dos mais novos até os mais experientes.Sendo assim, não é novidade que filmes de animação, como "Robôs" e o presente "Madagáscar", a mais nova animação da Dreamworks, a mesma que produziu "Shrek", tenha escolhido esse formato para dar vida ao produto iterativo. O filme cuida de entregar carismáticos personagens e a produtora do game se encarrega da mecânica do jogo.Geralmente visto como um caça-niqueis, "Madagáscar" escapa um pouco da sina de que jogo baseado em filme é dispensável. A aventura é relativamente bem-acabada e não ofende a inteligência do jogador, mesmo que seja um título voltado essencialmente para o público mais jovem, como o próprio filme.Quatro amigos e um bando de pingüinsOs produtores se esforçaram em oferecer variedade. Em "Madagascar", o jogador, seguindo o enredo do filme, controla os astros do zoológico do Central Park: o leão Alex, a zebra Marty, o hipopótamo fêmea Gloria e Melman, a girafa, além de um quarteto de pinguins com treinamento militar. Como se pode supor, cada um deles possui características próprias e o perfil das fases é adaptado às habilidades de cada integrante da trupe.Desde a primeira fase, "Madagáscar" já dá uma amostra das várias modalidades de jogo. O primeiro personagem apresentado é a zebra Marty, com seu jeito meio tagarela, bem ao estilo do autor Chris Rock, que dá voz ao personagem no cinema. Os poderes iniciais de Marty são apenas coices, que servem para abrir portas e destruir alguns objetos.Logo, ele passa o controle para Alex, que espanta os oponentes com seus rugidos e domina as plataformas com seu salto duplo. Mais tarde, Gloria mostra seu estilo "tanque"; quando ela come pimenta, corre mais rápido e é capaz de destruir tudo que estiver à frente. Já Melman deixa transparecer o seu lado hipocondríaco, usando sua giratória para limpar seu vivedouro. Essa giratória pode ser feita no ar, dando-lhe maior tempo de voo.Mas quem rouba mesmo as cenas é o grupo de pinguins. Logo no zoológico eles estreiam um minigame de pescaria e, mais tarde, num barco, colocam em prática todo seu treinamento militar, numa "homenagem" a Solid Snake, o protagonista de "Metal Gear Solida". Como o agente, as aves deverão se esconder dos inimigos e atacá-los sem serem vistas. Muitas vezes será necessário usar equipamentos como guindastes ou jogar uma bola de beliche no duto de ventilação para botar quem estiver do outro lado a nocaute. Como se não bastasse há cenas de tiro em primeira pessoa e missões usando uma caixa de papelão, uma ótima tirada com o clássico da Konami anteriormente citado.Uma viagem à selva africana Talvez com o intuito de fazer o jogador se familiarizar com os controles e com os poderes de cada animal, as primeiras fases são totalmente lineares, apesar de alguns toques de exploração, como máquinas de arcada contendo minijogos, que fazem parte do rol de missões não-obrigatórias."Madagáscar" começa a mostrar sua verdadeira face quando a trupe chega à ilha africana que dá nome ao desenho. Os ambientes começam a ficar mais abertos, convidando o jogador a explorar os cenários e buscar por itens e missões secundárias. Por outro lado, os primeiros sinais de cansaço e de repetição começam a surgir, com algumas missões frustrantes que exigem um pouco mais de paciência que o desejável.Sendo um jogo basicamente de plataformas, os controles e a orientação para que o jogador tenha noção dos espaços são vitais. Nesse quesito, "Madagáscar" tem qualidade suficiente para não causar insatisfações, mesmo por que a dificuldade geral do jogo não é muito alta, visto o público-alvo ser a garotada e os adolescentes.Porém, o game sofre do mal das câmeras posicionadas em locais inconvenientes, problema que se arrasta desde "Super Mário 64". Nada que um pouco de jogo de cintura não possa resolver, mas atrapalha o andamento da aventura. Apesar de alguns objetivos secundários, o game tem uma duração acanhada. Os extras, liberados com as moedas que estão espalhadas pelas fases, ajudam a prolongar a vida útil do jogo.Esses extras incluem acessórios para os personagens, upgrades - como o ímã que atrai moedas e um aumento da barra de energia - e minigames, como uma espécie de bocha, golfe e um jogo musical no estilo de "Dance Dance Revolution", outro clássico da Konami.Bonitinho, mas nem por isso ordinário visual do game é competente, adaptando bem os modelos do filme original para os videogames e a tela flui com uma boa taxa de quadros. Os cenários são um pouco mais simples, mas não chegam a ficar em desacordo com a qualidade geral do título. Os mapas têm um tamanho considerável, carregando dados em alguns poucos momentos, e mesmo assim, não são esperas longas.Na parte sonora, as músicas usadas são as mesmas do filme, que esbanjam personalidade. Mas as vozes do original - que incluem as de astros como Chris Rock ("Máquina Mortífera 4"), Ben Stiller ("Zoolander"), Jada Pinkett Smith ("Matrix Revolutions") e David Schwimmer (o Ross da série "Friends") - foram substituídas por dubladores profissionais, que fizeram um ótimo trabalho em emular as personalidades originais."Madagáscar", provavelmente, não será lembrado como um clássico dos jogos de plataforma, mas certamente está bem acima dos títulos insípidos vindos de produções dedicadas ao público infantil e adolescente. Com uma mecânica de jogo bastante sólida e uma variedade de missões expressiva, o título agrada a jogadores de uma ampla faixa etária que procuram diversão honesta. Para os usuários mais calejados o game poderá ser insuficiente, mas nem por isso, ser deixado de lado logo de cara. Nem que seja para dar algumas boas risadas."Madagascar" tem versões para PC, GameCube, PlayStation 2, Xbox e também para os portáteis Nintendo DS e Game Boy Ad vance. Você não vai ficar fora dessa .

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